Existem bactérias de todo tipo em todos os lugares do mundo, do alto dos picos nevados às profundezas do mar. São as criaturas vivas predominantes no planeta.
Algumas precisam de oxigênio para viver, outras utilizam gases, e para um terceiro grupo tanto faz.
Essa versatilidade faz com que as bactérias sejam muito presentes no ecossistema; elas é que reciclam, enquanto comem e descomem, nutrientes fundamentais como carbono, nitrogênio e enxofre. São mesmo as grandes responsáveis pela renovação da vida e estão na base de toda a cadeia alimentar.
E, se antiguidade é posto, bactérias merecem respeito: o fóssil mais velho já encontrado é de uma bactéria e tem 3,5 bilhões de anos.
Embora as bactérias sejam mais conhecidas pelas infecções graves, como sífilis, cólera e tuberculose, a grande maioria das que habitam o corpo humano é de simples comensais. Comensais são micróbios que comem conosco e geralmente não criam problemas. Às vezes resolvem problemas.
Vivem nas partes externas do corpo, isto é: a pele e mais o nariz, a garganta, a boca, os sínus e todo o canal gastrointestinal, também considerados parte externa. Na pele, as bactérias ajudam a degradar as células mortas e destruir os resíduos eliminados por poros e microglândulas. Nos intestinos transformam resíduos complexos em substâncias simples e participam da geração de compostos químicos essenciais à vida humana, como as vitaminas D, K e B12.
A questão é que as bactérias nem sempre estão só comendo. Basta o ambiente do corpo ficar mais poluído e as defesas orgânicas falharem que elas começam a se reproduzir desenfreadamente. Um estreptococo fica anos na garganta, quietinho, e de repente explode numa amigdalite aguda; um pneumococo pelo qual ninguém dava nada detona uma pneumonia. Rompeu-se o equilíbrio de forças entre parasita e hospedeiro.
O que foi, o que não foi – qualquer fator coadjuvante serve de gota d’água: mudanças de temperatura ou grau de umidade, alimentação deficiente durante alguns dias, stress, outros parasitas competindo por alguma vitamina importante, problemas emocionais, fungos no ar-condicionado, viagens. Gripes são típicas – sempre incluem alguma forma de infecção, leve ou grave, que aproveita a vulnerabilidade do hospedeiro.
Quando são as bactérias que mudam de ambiente, o desacerto é total. Infecções urinárias e renais em mulheres, por exemplo, quase sempre são causadas por uma bactéria do intestino que entra na uretra por falta de higiene adequada.Na boca vivem bactérias muito nossas conhecidas, as que fazem os dentes ficarem peludos quando não são limpos.
Elas amam açúcar e amidos em geral, e, como todas as bactérias, precisam de glicose como fonte de energia. São capazes de se multiplicar muito mais rapidamente se tiver algum restinho de doce por ali.
A famosa placa bacteriana, que causa cáries e enfraquece a gengiva, é um aglomerado de estreptococos e vários oportunistas; eles convertem açúcar e outros carboidratos em ácido lático, que vai esburacando o esmalte e o tecido dos dentes. Se não for retirada com escova e fio dental, a placa bacteriana endurece e vai aumentando; irrita e inflama as gengivas, penetrando entre a carne e a raiz dos dentes, até que eles ficam fracos e amolecem. Se os predominantes Streptococcus sanguis entrarem na corrente sanguínea, através de ferimentos nas gengivas, podem até provocar formação de coágulos, apontados como o fator principal de ataques cardíacos e derrames.
O estômago quase não abriga bactérias porque seu nível de acidez é muito alto, devido aos ácidos que produz para digerir a comida. Mas tem um lugarzinho chamado antro que não é ácido; ali podem viver bactérias como a Helicobacter pylori, que se envolve nos processos de úlcera.
Nos intestinos mora uma quantidade incalculável de bactérias. Basta dizer que um dedal de matéria intestinal, pesando apenas um grama, contém dez trilhões de micróbios.
Agitadíssimos, por sinal. Alguns até fabricando vitaminas K e B, como Escherichia coli, a bactéria mais popular da modernidade. Sabe-se mais detalhes sobre a biologia molecular da E. coli (não confundir com Entamoeba coli, uma ameba que também se abrevia E. coli) do que sobre qualquer outro organismo, inclusive humano. É que ela é muito fácil de reproduzir – em 20 minutos vira duas – e na biotecnologia industrial usa-se E. coli para várias coisas, inclusive produção de enzimas. Habita normalmente o intestino grosso; só quando se desenvolve no intestino delgado ou passa para uretra, bexiga e rins é que precisa ser combatida.
O organismo reage logo, aumentando as secreções e produzindo febre, e se estiver sadio pode combater a infecção. Mas o que se teme numa infecção persistente é que ela se torne generalizada, comprometendo o sangue e todos os tecidos; por isso é que se recorre aos antibióticos, que matam esta ou aquela bactéria.
Os Lactobacillus acidophillus são as bactérias mais simpáticas do intestino. Crescem mais depressa que as outras e dominam o ambiente, impedindo que bactérias nocivas provoquem tormentas intestinais como prisão de ventre e diarréia. Klebsiella e Bifidobacterium são outras bactérias muito úteis. Gases? Uma pessoa normal solta entre dez e quinze puns por dia por causa da Methanobacterium smithii, que produz gás metano nos intestinos a partir das fibras dos cereais e vegetais que digere para nós.
Carnívoros hospedam mais bactérias do que vegetarianos.
Pseudomonas, Acinetobacter e Moraxella são bactérias de putrefação para quem a carne diz: Comei e multiplicai-vos. Microrganismos que podem causar intoxicações estão sempre presentes – Clostridium perfringens em carnes que não foram cozidas, guardadas ou reaquecidas na temperatura certa, Staphylococcus aureus nas carnes curadas e Clostridium botulinum nas carnes enlatadas.
Outras bactérias que podem criar problemas em carnes contaminadas ou mal cozidas são Salmonella, Escherichia coli, Campylobacter jejuni e Listeria monocytogenes.
Importante: nenhuma delas nasce da carne, todas são adquiridas no manuseio.
A pele humana não é um lugar bom para as bactérias. Elas gostam de ambientes úmidos, escuros, e a pele é seca e exposta. Então existem apenas cem bactérias por centímetro quadrado de pele, a não ser em dias quentes e úmidos, quando a população aumenta alegremente.
Vacas e outros animais herbívoros como cabras, ovelhas, veados, alces, gazelas, girafas, antílopes, caribus, cangurus, camelos e lhamas dependem de micróbios para se nutrir. São equipes de fungos, bactérias, protistas e vírus que vivem numa parte especial do estômago chamada rúmen, que só os ruminantes têm, por isso são ruminantes; tais micróbios pré-digerem o capim e a palha para seu hospedeiro, cortando-os em pedacinhos e acrescentando enzimas. Só depois disso é que o animal regurgita a comida de volta à boca, mastiga mais um pouco e engole definitivamente.
Lactobacillus acidophillus ajudam a preservar alimentos, e fazem isso fermentando e acidificando-os de tal modo que outros micróbios não conseguem sobreviver.
Chucrute, por exemplo: o repolho fermentado se mantém comestível por todo o inverno. Além disso, os lactobacilos vão fazer no intestino o que fizeram na comida – controlar bactérias de putrefação. Isso significa intestinos mais limpos.
Outra maravilha que não existiria sem os micróbios é o chocolate. As sementes de cacau fermentam dentro da fruta até ficarem no ponto; o trabalhinho é feito espontaneamente por bactérias e fungos como Lactobacillus e Acetobacter; só depois disso é que as sementes são torradas.
O leite é riquíssimo em açúcar, e bactérias amam açúcar, portanto leite é seu paraíso. Tanto que uma tigela de leite largada na pia acidifica naturalmente sob a ação de Streptococcus lactis e S. cremoris e produz coalhada – muito rica em ácido lático, o que é bom para os intestinos, mas cheia de coliformes fecais, germes de putrefação e outros bichinhos indesejáveis, o que é péssimo.
O iogurte é leite acidificado por bactérias de proliferação controlada, como Streptococcus thermophilus e Lactobacillus yogurtii, L. bulgaricus ou L. acidophillus. Queijos são feitos coagulando leite com renina (enzima do estômago de jovens mamíferos) ou ácido lático. Alguns ainda são fermentados depois disso e produzem fungos, como camembert, roquefort e outros.
Plantas também dependem de bactérias para crescer. A maioria delas ajuda a enriquecer o solo, fertilizar as plantas e eliminar os insetos daninhos. Por outro lado, há mais de 20.000 fungos criando ferrugem nas folhas. Outros apodrecem as raízes das plantas. Há vírus que atacam plantas como o tabaco.
Bactérias provocam tumores nos caules de cebolas e estragam suas raízes. Em compensação, atualmente a agricultura biodinâmica faz um controle orgânico das pragas usando vírus, bactérias e fungos para matar ou reduzir a freqüência de insetos.
Uma bactéria, Bacillus thuringiensis, é best-seller no ramo: contém um veneno que parece cristal e acaba com larvas, lagartas, brocas, moscas, mosquitos e cascudos em mais de 400 preparados industriais.
Os compostos orgânicos que adubam hortas e jardins são um manancial de bactérias.
Basta juntar folhas secas, restos de vegetais da cozinha e outros lixinhos naturais num buraco escuro e abafado que as bactérias brotam e fazem o resto: mastigam tudo, digerem e formam húmus. Quem processa as folhas e a madeira dos galhos são os fungos, especialistas em tarefas rudes. Conforme o tipo de matéria orgânica e o tipo de bactéria, os compostos podem ser frescos ou muito quentes.
Algumas bactérias agüentam uma temperatura de 100 graus C!
Animais e plantas respiram oxigênio; micróbios podem respirar oxigênio e compostos químicos como ferro, ácido nítrico, ácido sulfúrico, dióxido de carbono, nitrogênio. Por isso é que muitas toxinas orgânicas podem ser removidas do meio ambiente por bactérias, inclusive herbicidas e pesticidas como 2,4-D (2,4-dichlorophenoxyacetic acid), óleo, PCB, DDT, plásticos e detergentes. Elas adoram o carbono que esses compostos contêm.
Mesmo compostos inorgânicos, que não têm carbono, podem ser transformados em coisas menos tóxicas por alguns micróbios; neste caso estão o mercúrio das pilhas e baterias, nitritos, selênio, arsênico e urânio.
E. coli 0157:H7, a bactéria da vez
A Escherichia coli se subdivide em muitos grupos. O caso dessa cepa de código O157:H7 é pitoresco. Dizem os entendidos que ela foi infectada por um vírus bacteriano que conseguiu enfiar seu próprio DNA no cromosssomo dela. A partir daí, cada vez que ela se dividia, as bacterinhas seguintes já nasciam com o DNA do vírus em seu código genético. Por isso é que ganharam série e número.
E até aí, tudo bem. O problema é que a presença do vírus gera uma toxina protéica que devasta as células da parede interna do intestino, provocando a diarréia hemorrágica que pode ser fatal para crianças, idosos e pessoas debilitadas.
Em 97, nos Estados Unidos, uma fábrica de hambúrguer teve que recolher 12 mil toneladas de carne porque vários lotes estavam contaminados pela E. coli O157:H7; toda a carne da fábrica foi destruída, e a empresa fechou.
Para prevenir infecções, limpe muito bem os pratos e utensílios que tiverem contato com a carne crua, e lave as mãos depois de mexer com ela.
Sífilis
Há registros de sífilis desde 1400. O organismo causador da sífilis é uma bactéria espiralada, a espiroqueta Treponema pallidum, tão pequena que seriam necessárias cinqüenta, emendadas, para chegar a meio centímetro de comprimento. Qualquer contato com o ar, anti-sépticos ou luz do sol mata a figurinha.
Umidade contínua é essencial à sobrevivência das bactérias, por isso elas se propagam principalmente pelos fluidos do corpo – sêmen, fluido do orgão genital feminino, saliva, sangue, leite materno. Fora do corpo, em lugar úmido e escuro, vivem no máximo duas horas.
O contágio mais comum é pela via sexual. A espiroqueta entra na mucosa do novo hospedeiro e forma um cancro, onde se multiplica; quando o cancro se vai, milhares de espiroquetas são liberadas no organismo e vão infectar as células.
A sífilis tem quatro estágios. Os três primeiros são completamente curáveis, e mesmo no último a doença pode ser controlada.
No primeiro estágio, dez a dezesseis dias depois da infecção, aparece o tal cancro, que é um caroço pequeno, duro, levemente protuberante, geralmente no orgão genital masculino, no orgão genital feminino ou em seus lábios, na região anorretal, na boca ou em qualquer lugar que tenha tido contato com o agente infectante. Fica vermelho, parece uma espinha grande que ulcera e forma uma ferida ovalada de borda vermelha. Essa ferida sara sozinha em quatro a seis semanas e deixa uma cicatriz que dura meses. A presença do cancro é normalmente acompanhada de gânglios inchados. Se a sífilis não for diagnosticada agora, desaparece por um tempinho e volta com outros sintomas.
Uma a seis semanas depois que o cancro sara, uma erupção rosa ou vermelha aparece, normalmente nas palmas das mãos ou solas dos pés, provavelmente acompanhada por febre, dor de garganta, dor de cabeça, dor nas juntas, falta de apetite, perda de peso, queda de cabelo. Nos genitais ou no orifício retal aparecem feridas que secretam líquidos muito infecciosos. Esses são os sintomas do segundo estágio, que costumam durar de 3 a 6 meses, podendo ir e voltar a qualquer momento. Se ainda aqui não houver tratamento, a sífilis caminha para o terceiro estágio.
Este é pouco contagioso, apresenta sintomas muito vagos, perturbações visuais leves e outros desconfortos; as espiroquetas estão apenas infectando a medula óssea, os órgãos vitais, os gânglios linfáticos e o sistema nervoso central. Muitas vezes a doença fica aí.
Quando não fica, produz lesões na pele, nos ossos e/ou nos tecidos dos órgãos vitais; não é mais contagiosa, mas pode matar. Além das lesões, forma gomas, ou sifilomas, tumores causados pela concentração de espiroquetas em determinado tecido. Os ossos vão sendo comidos, como na osteomielite e na tuberculose óssea. Os ossos do nariz e o palato são especialmente afetados, produzindo deformações horríveis.
O coração e o sistema nervoso podem ser tomados pelos sifilomas, e ainda assim o diagnóstico não enxergar sífilis, e sim doença cardiovascular, ou insanidade mental. Isto porque na sífilis cardiovascular as espiroquetas se concentram na aorta, destruindo a elasticidade do tecido e fazendo as válvulas degenerarem. Quando vão para o cérebro, afetam a visão e a audição e causam perda de identidade, falta de concentração e de discernimento, delírio, perda de memória, desorientação, apatia ou violência; podem ocorrer convulsões fatais.
O tratamento da sífilis geralmente é feito com algumas doses de penicilina injetável ou duas semanas de tetraciclina, e exames de sangue freqüentes para acompanhar a melhora. Quem tem sífilis fica mais suscetível a outras infecções, aids e câncer.
Sífilis não-venéreas
Três outros tipos de sífilis são causados por treponemas: bejel (sífilis endêmica), yaws (frambesia) e pinta. A diferença é que estas raramente são transmitidas através da trocas sexuais. Dão muito em regiões tropicais e subtropicais, principalmente em crianças, e acentuadamente no centro e no oeste da África. Um dos grupos mais devastados foi o dos pigmeus africanos. O sudeste asiático, as ilhas do Pacífico e a Indonésia também registram surtos de treponematose.
Os primeiros sintomas de bejel são erupções na boca e na pele, altamente contagiosas, que podem durar um ano ou mais; o parasita é o mesmo Treponema pallidum da sífilis venérea; sem tratamento as úlceras se espalham, comem a pele, os ossos, o centro da face. Yaws, causada pelo Treponema pertenue, também infecta por erupções de pele que espalham o parasita através do contato com roupas, objetos e moscas que se alimentam das secreções.
E pinta é a menos agressiva das três: seu agente é o Treponema carateum, dá lesões na pele que ficam cobertas de pintinhas brancas, azuis, vermelhas ou cor-de-rosa, mas não interefere com a saúde geral da vítima.
Tuberculose
Mycobacterium tuberculosis e M. bovis
Afeta a população do mundo inteiro e ainda é a maior causa de morte em muitos lugares. Sempre foi mais presente nas cidades do que no campo, devido à aglomeração humana em más condições de higiene, habitação e saúde. Havia tuberculose no Egito antigo e na Grécia de Hipócrates, três mil anos atrás, mas foi nos séculos 18 e 19, na Europa e na América do Norte, que a doença alcançou proporções quase epidêmicas. Continuou sendo a maior causa de mortalidade até o início do século 20, e declinou diante de melhores condições sanitárias e do avanço da medicina.
Na década de 80 o número de mortes causado por ela voltou a crescer nos países desenvolvidos. Uma das razões é que o consumo involuntário de antibióticos nos laticínios e produtos avícolas faz com os micróbios se tornem resistentes e os antibióticos deixem de funcionar quando precisamos deles.
A tuberculose é uma infecção comum na infância. A criança infectada geralmente não tem sintomas e pode desenvolver imunidade vitalícia contra a doença, mesmo não sendo vacinada; além disso, o bacilo pode ser seqüestrado tão depressa pelos agentes imunitários do corpo que a criança não se torna transmissora. Em alguns casos, porém, especialmente em condições de subnutrição, o bacilo consegue chegar à corrente sanguínea, de onde pode alcançar qualquer órgão e também as meninges, membranas que protegem o cérebro.
A transmissão se dá pelo leite de vaca cru, contaminado por M. bovis, e pelo contato com alguma pessoa infectada por ele ou pelo M. tuberculosis. Os bacilos estão em todos os fluidos da boca e do nariz, podendo se transmitir através de partes mínimas do catarro, quando a pessoa doente tosse, e até pelos salpicos de saliva que saem quando ela fala – cada perdigoto pode conter centenas de bacilos.
Sintomas: no princípio da infecção há falta de energia, perda de peso e tosse, que vai piorando; podem sobrevir suores intensos, e dor no peito devido a inflamação na pleura (membrana que reveste os pulmões); o pior sinal é o sangue no escarro. Os bacilos podem ser encontrados no escarro, na urina, no líquido cérebro-espinhal e no tubo gástrico. Radiografias ainda são um bom meio de diagnóstico.
A lesão típica chamada tubérculo se forma como resultado da reação do corpo aos bacilos instalados nos tecidos. Mostra um ponto central cheio de células e tecidos mortos, com aspecto de queijo, no qual são encontrados muito bacilos; esse centro é rodeado por células fagócitas, arrumadas em forma de raios, e na periferia estão células de tecido conectivo. O tamanho é microscópico, mas a maioria das manifestações visíveis da tuberculose, desde pequenos nódulos até grandes massas, é de conglomerados desses tubérculos.
Sem tratamento, as lesões podem se espalhar muito e destruir aos poucos os pulmões, reduzindo cada vez mais a quantidade de tecido disponível para a renovação de oxigênio; isso pode causar morte por falta de ventilação, toxemia geral e exaustão. Mas qualquer outro lugar do corpo pode ser afetado pelas lesões, inclusive nódulos linfáticos, ossos, articulações, intestino, órgãos genitais, pele, bexiga e rins.
Fonte: geocities.com
Bactérias
As bactérias são os seres mais antigos da Terra e também os mais numerosos.
Elas estão por toda parte: no solo, na água, no ar, na poeira, em fontes termais, em vulcões etc.
São seres simples, constituídos de uma célula só, portanto são unicelulares. Esta célula é resistente, possuindo uma parede celular protetora na maior parte das espécies.
Logo abaixo da parede celular, encontra-se a membrana plasmática, que separa o conteúdo da célula do meio exterior.
As bactérias possuem diversos formatos como bastões (bacilos), bolas (cocos), saca-rolhas etc.
Reproduzem-se muito rápido por uma divisão simples (fissão binária) que pode acontecer, dependendo do tipo de bactéria, a cada 20 minutos. Para se ter uma ideia, a partir de uma única bactéria pode-se chegar a cinco bilhões delas após 12 horas de cultivo!
As bactérias não possuem núcleo: seu material genético não está tão organizado como nos seres eucariotos. Além disso, elas não possuem organelas, ou seja, elas não têm compartimentos internos diferenciados realizando funções diferentes. Mesmo simples assim, elas são capazes de ocupar todos os ambientes da Terra!
A maioria das bactérias não causa doenças nos seres humanos.
Somente um pequeno grupo de bactérias é responsável por doenças, como a hanseníase (outrora chamada de lepra), a pneumonia, o tifo, a peste bubônica, alguns tipos de tuberculose, alguns tipos de diarreia, o cólera etc.
No entanto, este pequeno grupo é composto por centenas de espécies e outras dezenas de variedades dentro de cada espécie. Então pode se ter uma ideia da variedade e quantidade de espécies destes seres existentes sobre a Terra.
As bactérias só podem ser vistas com o auxílio de um microscópio, que é capaz de aumentar as imagens centenas ou milhares de vezes. No entanto, sem o microscópio é possível ver as colônias, estruturas formadas por milhares delas.
Algumas bactérias podem também fazer fotossíntese, respirar oxigênio ou mesmo sobreviver sem ele! Muitas vivem em grandes profundidades (mais de 2000 metros!) e respiram um gás (sulfeto de hidrogênio - H2S) que é mortal para os seres humanos!
Rickettsias
As rickettsias são bactérias muito pequenas que mal podem ser vistas com um microscópio comum (microscópio óptico).
Estes organismos são procariotos (também não possuem núcleo e são unicelulares) como as outras bactérias e arqueobactérias, mas possuem uma diferença: vivem, quase sempre, dentro de outras células; são parasitas portanto. Elas causam doenças em seres humanos como o tifo (transmitida por piolhos!) e a febre maculosa (transmitida por carrapatos).
Seu tamanho e o fato delas só poderem viver e se reproduzir dentro de outras células, levantaram a suspeita delas serem as descendentes das primeiras bactérias que foram englobadas por uma célula eucariota, gerando as mitocôndrias!
Esta teoria ganhou um outro argumento a favor: o genoma de Rickettsia prowaseckii, causadora do tifo endêmico, que foi recentemente sequenciado, revelando seu parentesco com nossas mitocôndrias!
Fonte: www.invivo.fiocruz.br